quarta-feira, 25 de março de 2015

As serpentes e o homem


Os acidentes com serpentes vêm aumentando a cada dia. No Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde, ocorrem entre 19 mil a 22 mil acidentes ofídicos por ano e os fatores que influenciam essa distribuição de espécies, são possivelmente impactos naturais (queimadas ou precipitação chuvosa elevada), trabalho rural ou intervenção antrópica (como construção de barragens, queimadas para agricultura, desmatamento, etc.), fazendo com que esses animais entrem em contato com o homem, não ficando restritos apenas ao meio rural ou às matas, tornando cada vez mais visível os acidentes em áreas urbanas, já que esses animais para, se defender, atacam a população e esses ataques passam a ser considerados problemas de saúde pública.
De acordo com o Ministério da Saúde o acidente ofídico ou ofidismo é o quadro de envenenamento decorrente da inoculação de toxinas através do aparelho inoculador (presas) de serpentes, sendo que, no Brasil, os gêneros Bothrops, Crotalus, Lachesis e Micrurus são os responsáveis pela maioria dos acidentes e que são de interesse médico:

Acidentes botrópicos: São causados por serpentes dos gêneros Bothrops e Botrocophias (jararacuçu, jararaca, urutu, caiçaca, comboia). É o grupo mais importante, com 29 espécies em todo o território nacional, encontradas em ambientes diversos, desde beiras de rios e igarapés, áreas litorâneas e úmidas, agrícolas e periurbanas, cerrados, e áreas abertas. Causam a grande maioria dos acidentes ofídicos no Brasil;
Bothrops

Acidentes crotálicos: São causados pelas cascavéis (Família Viperidae, espécie crotalus durissus). São identificadas pela presença de um guizo, chocalho ou maracá na cauda e têm ampla distribuição em cerrados, regiões áridas e semiáridas, campos e áreas abertas;

Crotalus durissus

Acidentes laquéticos: Também são causados por serpentes da Família Viperidae, no caso a espécie Lachesis muta (surucucu-pico-de-jaca). A pico-de-jaca é a maior serpente peçonhenta das Américas. Seu habitat é a floresta Amazônica e os remanescentes da Mata Atlântica;

Lachesis muta 

Acidentes elapídicos. São causados pelas corais-verdadeiras gêneros Micrurus e Leptomicrurus. São amplamente distribuídos no país, com várias espécies que apresentam padrão característico com anéis coloridos.

Micrurus
As serpentes de maior importância médica são as do gênero Bothrops com espécies responsáveis por 90% de cerca de 20.000 acidentes anuais notificados no Brasil, e cerca de 50% desses acidentes ocorrem no Nordeste brasileiro em populações pobres que vivem em áreas rurais.
Prevenção de acidentes ofídicos
 • O uso de botas de cano alto ou perneira de couro, botinas e sapatos evita cerca de 80% dos acidentes;
 • Cerca de 15% das picadas atinge mãos ou antebraços. Usar luvas de aparas de couro para manipular folhas secas, montes de lixo, lenha, palhas, etc. Não colocar as mãos em buracos;
 • Cobras gostam de se abrigar em locais quentes, escuros e úmidos. Cuidado ao mexer em pilhas de lenha, palhadas de feijão, milho ou cana. Cuidado ao revirar cupinzeiros;
 • Onde há rato há cobra. Limpar paióis e terreiros, não deixar amontoar lixo. Fechar buracos de muros e frestas de portas;
 • Evitar acúmulo de lixo e entulho, de pedras, tijolos, telhas, madeiras, bem como mato alto ao redor das casas, que atraem e abrigam pequenos animais que servem de alimentos às serpentes.

Primeiros Socorros:
 • Lavar o local da picada apenas com água ou com água e sabão;
 • Manter o paciente deitado;
• Manter o paciente hidratado;
 • Procurar o serviço médico mais próximo;
 • Se possível, levar o animal para identificação. Não fazer:
 • Torniquete ou garrote;
 • Não cortar ou perfurar o local da picada;
 • Não colocar folhas, pó de café ou outros contaminantes;
• Não oferecer bebidas alcoólicas, querosene ou outros tóxicos.


Links de referência:

Referência de imagens