Os acidentes com serpentes vêm aumentando a cada dia. No Brasil,
segundo dados do Ministério da Saúde, ocorrem entre 19 mil a 22 mil acidentes
ofídicos por ano e os fatores que influenciam essa distribuição de espécies,
são possivelmente impactos naturais (queimadas ou precipitação chuvosa
elevada), trabalho rural ou intervenção antrópica (como construção de
barragens, queimadas para agricultura, desmatamento, etc.), fazendo com que
esses animais entrem em contato com o homem, não ficando restritos apenas ao
meio rural ou às matas, tornando cada vez mais visível os acidentes em áreas
urbanas, já que esses animais para, se defender, atacam a população e esses
ataques passam a ser considerados problemas de saúde pública.
De acordo com o Ministério da Saúde o acidente ofídico ou ofidismo
é o quadro de envenenamento decorrente da inoculação de toxinas através do
aparelho inoculador (presas) de serpentes, sendo que, no Brasil, os gêneros
Bothrops, Crotalus, Lachesis e Micrurus são os responsáveis pela maioria dos
acidentes e que são de interesse médico:
Acidentes
botrópicos: São causados por
serpentes dos gêneros Bothrops e Botrocophias (jararacuçu,
jararaca, urutu, caiçaca, comboia). É o grupo mais importante, com 29 espécies
em todo o território nacional, encontradas em ambientes diversos, desde beiras
de rios e igarapés, áreas litorâneas e úmidas, agrícolas e periurbanas,
cerrados, e áreas abertas. Causam a grande maioria dos acidentes ofídicos no
Brasil;
Bothrops |
Acidentes
crotálicos: São causados pelas
cascavéis (Família Viperidae, espécie crotalus
durissus). São identificadas pela presença de um guizo, chocalho ou maracá
na cauda e têm ampla distribuição em cerrados, regiões áridas e semiáridas,
campos e áreas abertas;
Crotalus durissus |
Acidentes
laquéticos: Também são causados por
serpentes da Família Viperidae, no caso a espécie Lachesis muta (surucucu-pico-de-jaca). A pico-de-jaca é a maior
serpente peçonhenta das Américas. Seu habitat é a floresta Amazônica e os
remanescentes da Mata Atlântica;
Lachesis muta |
Acidentes elapídicos.
São causados pelas corais-verdadeiras gêneros Micrurus e Leptomicrurus. São amplamente
distribuídos no país, com várias espécies que apresentam padrão característico
com anéis coloridos.
Micrurus |
As serpentes de maior importância médica
são as do gênero Bothrops com espécies responsáveis por 90% de cerca de
20.000 acidentes anuais notificados no Brasil, e cerca de 50% desses acidentes ocorrem
no Nordeste brasileiro em populações pobres que vivem em
áreas rurais.
Prevenção
de acidentes ofídicos
• O uso de botas de cano alto ou perneira de
couro, botinas e sapatos evita cerca de 80% dos acidentes;
• Cerca de 15% das picadas atinge mãos ou
antebraços. Usar luvas de aparas de couro para manipular folhas secas, montes
de lixo, lenha, palhas, etc. Não colocar as mãos em buracos;
• Cobras gostam de se abrigar em locais
quentes, escuros e úmidos. Cuidado ao mexer em pilhas de lenha, palhadas de
feijão, milho ou cana. Cuidado ao revirar cupinzeiros;
• Onde há rato há cobra. Limpar paióis e
terreiros, não deixar amontoar lixo. Fechar buracos de muros e frestas de
portas;
• Evitar acúmulo de lixo e entulho, de pedras,
tijolos, telhas, madeiras, bem como mato alto ao redor das casas, que atraem e
abrigam pequenos animais que servem de alimentos às serpentes.
Primeiros
Socorros:
• Lavar o local da picada apenas com água ou
com água e sabão;
• Manter o paciente deitado;
• Manter o paciente
hidratado;
• Procurar o serviço médico mais próximo;
• Se possível, levar o animal para
identificação. Não fazer:
• Torniquete ou garrote;
• Não cortar ou perfurar o local da picada;
• Não colocar folhas, pó de café ou outros
contaminantes;
• Não oferecer bebidas
alcoólicas, querosene ou outros tóxicos.
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